Introdução
Levantemos a hipótese de que você enviou seu currículo, portfólio e carta de apresentação para aquela empresa que tanto deseja trabalhar e agora terá a oportunidade de participar de uma entrevista. O processo de entrevistamento varia de empresa para empresa, o que faz com que essa não seja uma etapa trivial. Por muitas vezes, a entrevista é considerada como a etapa mais difícil de um processo seletivo. Em nosso último artigo tutorial abordamos sobre o portfólio. Nesse artigo, nossa missão é te dar dicas sobre como aumentar suas chances de sucesso em entrevistas.
A primeira entrevista
Talvez sua primeira entrevista seja via ligação, em um evento, ou mesmo na própria empresa. A primeira entrevista não costuma ser algo completamente técnico, então prepare-se para perguntas sobre seu cotidiano, sua personalidade, entre outras coisas pessoais. Aproveite sua primeira entrevista!
Tenha em mente que nem sempre você conseguirá uma entrevista para aquela vaga de trabalho que deseja. Nesse caso, a última coisa que você quer fazer é enviar um email raivoso para a empresa. Lamento lhe dizer, mas muitas empresas do mercado de jogos costumam ser buracos negros de currículos e cartas de apresentação e, a menos que você esteja conectado com alguém que trabalha lá, o acesso a essa empresa pode não ser fácil. Este é um dos benefícios em ter um bom networking. Não estou dizendo que você precisa conhecer muitas pessoas, mas isso facilita em determinadas situações. Por exemplo, ao enviar sua mensagem para o email de uma pessoa específica da empresa, não aquele email genérico que recebe centenas de mensagens todos os dias, suas chances de obter um feedback são bem maiores. Porém, vale ressaltar que nada é garantido.
Se preparando para a entrevista
Vamos supor que você enviou seus documentos e mandou bem na abordagem. Parabéns, você conseguiu uma entrevista online. A partir dessa etapa, se a empresa na qual você está se candidatando é realmente séria, você pode esperar tranquilamente por uma resposta após a entrevista. Você quer que essa resposta seja positiva, certo? Então como aumentar suas chances de sucesso?
Muitas pessoas se encaminham para a entrevista sem uma preparação anterior… péssima ideia. Entrevistas, assim como apresentações, envolvem preparação e habilidade. Naturalmente, algumas pessoas tem maior facilidade que outras em se apresentar. A entrevista faz parte da narrativa que você está tentando contar sobre si mesmo(a), narrativa essa que começou lá no seu currículo, no seu portfólio ou na sua carta de apresentação. Não decore respostas prontas, pratique o ato de perguntar e responder coisas sobre você – a prática sempre ajuda. Uma das maneiras que você pode se preparar é: abrindo o Google, pesquisando quais as 50 perguntas mais frequentes em entrevistas profissionais e estudando cada uma enquanto pergunta a si mesmo(a): “como eu responderia a essa pergunta?” Você quer ao menos ter uma noção de histórias próprias que podem se encaixar nessas perguntas, coisas as quais você pode facilmente discorrer a respeito e que demonstram situações onde você fez algo interessante. Você quer ser capaz de contar histórias – não sabê-las de cor -, tê-las bem claras em sua mente. A última coisa que você quer é receber uma pergunta que nunca ouviu ou nunca pensou a respeito antes. Vale ressaltar que você também não quer dar respostas súbitas, como se fosse um robô programado para responder. É tudo uma questão de abordagem, então pense por alguns segundos qual a melhor abordagem para dar sua resposta.
Novamente, a questão não é ter uma resposta pronta e sim ter uma resposta honesta na qual você refletiu com antecedência. Isso também ajuda a prevenir expressões como “é…”, “assim”, “tipo”, “né”, “hum…”, etc. Expressões como essas apenas subtraem suas chances de contar uma boa história sobre você. Que tipo de histórias você pode contar sobre sua trajetória? Você pode contar a história sobre aquele projeto acadêmico em que fez algo incrível… ou quem sabe aquela vez em que fez algo surpreendente até para si mesmo(a). Tenha essas histórias em mente! Pode ser que você tenha conseguido um trabalho que não era realmente algo que te motivava de início, mas com o tempo você acabou por se acostumar com a função, então houve aquele momento em que você deixou a diretoria impressionada com seu trabalho. Conte tais histórias! Principalmente se seu antigo superior é uma pessoa que você enxerga como referência. Fale bem de suas conexões e seja positivo(a)!
Demonstre empolgação em suas falas, isso que vai lhe ajudar a conseguir aquele trabalho. Há outras maneiras de se preparar, ok? Como por exemplo analisar o conteúdo da empresa que está disponível online. Falamos sobre essas questões em artigos anteriores, mas vale ressaltar. Você pode até não saber o que a empresa está desenvolvendo no momento, mas provavelmente terá uma visão do que já fizeram. Ter um senso do que é a empresa e quem são as pessoas que trabalham nela é importante. Outra maneira de se preparar é pedir para pessoas conhecidas te entrevistarem. Pode ser um amigo, um colega de classe, um familiar, um cônjuge… convide estas pessoas para um lanche e pergunte: “você pode me entrevistar?” Então prepare-se constantemente até o ponto em que se sinta confortável, isso vai diminuir sua tensão. Só não transforme isso em roteiro, encare isso como um brainstorming, pois a probabilidade de que você esqueça ou não explore corretamente algumas dessas histórias é relevante.
A parte técnica
Vamos focar na preparação para a parte técnica agora, pois essa parte exige bastante de qualquer pessoa que se aplica para uma vaga de desenvolvimento de jogos. Talvez seu teste seja artístico, um desafio de design, um problema de programação, ou quem sabe uma lição voltada para roteiro. Seja qual for o teste em questão, vai ser algo complexo de se preparar, porque você não tem ideia do que vai ser solicitado ou quais são os critérios avaliativos.
Programadores conseguem encontrar diversos exemplos de testes online, inclusive para empresas de desenvolvimento de jogos. Há uma fonte de estudo para programadores chamada Cracking the Coding Interview. Esse tipo de conteúdo pode ser bem mais complicado de encontrar quando falamos de desafios de design. Algumas empresas podem pedir que você construa um jogo com o tema X em 48 horas, outras podem solicitar que você desenvolva uma fase em um software específico. Prepare-se para o que vier pela frente!
Conclusão
Lembre-se, de certa forma um processo seletivo pode ser encarado como um jogo. O criador de tal jogo está lhe pedindo uma demonstração de proficiência. Você deve não somente estar apto(a) a responder a questão, como também entender o por quê de a questão ter sido feita.
Em nosso próximo artigo abordamos sobre pitch. Agradecemos pela atenção e bom jogo!
